quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Já passou.



A chuva cai lá fora,
e de dentro do meu quarto
observo as gotas em minha janela,
perfeitamente desenhando teu rosto.
Eu desejava que em cada gota,
houvesse uma lembrança.
Mas não imaginei que se prenderiam à minha janela.
Praticamente inapagáveis, inesquecíveis.

Atento, ainda observo a chuva passar.
Tão mansa, tão pura, da mesma forma que você
partiu.
Com um balde na mão, tento pegar cada gota,
até encontrar aquela que me lembre
o teu sorriso.
Até encontrar aquela, que me lembre
o dia em que me fez feliz.
Está difícil de achar.

E a chuva continua a passar.
A nuvem carregada de gotas,
e nenhuma que me faça feliz.
Cai chuva, cai gota, e se desmanche ao tocar no
chão.
Cai chuva, cai gota.
Leve consigo, o dia em que amei
você.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Catedral


E mais uma noite
se passou.
E mais uma vez a voz
me chamou.

Ando pela casa infinita
guiado por sua voz
sempre tão bonita.
Perto e distante,
alto e baixo,
esse timbre me carrega
por toda a noite.

Esboços de sua face
refletem a minha no espelho.
Vultos de seu corpo,
contornam o meu.

E mas uma noite
se passou,
e mais uma vez você
se afastou.

Cansado de te procurar,
triste por não te tocar.
Em prantos para a cama voltou.
Perceba, pois, que mesmo em
sonhos, você se afastou.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A limine




A m o r
o A m o r
p o A m o r
m p o A m o r
e m p o A m o r
t e m p o A m o r
o t e m p o A m o r
p o t e m p o A m o
m p o t e m p o A m
e m p o t e m p o A
t e m p o t e m p o

S o l i d ã o.

sábado, 25 de setembro de 2010

Tosco



Às vezes prefiro fechar um sorriso
a impedi-lo que se abra.

Então venha desprezável ser,
Venha sorrir em meu jardim.
Venha, venha desgraçado, achar
que pode ser feliz!

Sei que o melhor dos sorrisos
esconde-se dentro do peito.
O mesmo possui sangue entre os dentes,
possui buracos e é tão pequeno quanto
nossa mão fechada.
E é lá, Pequenino, que seu sorriso
não deve se abrir.
Porque se assim o fizer,desculpe,
você terá de partir.

Por que insiste em mostrar-me os dentes?
Não sou teu dentista, nem mesmo o
palhaço do teu circo.
Abra-te os olhos e veja
quem é o verdadeiro dono do show.
Veja ao teu redor, são parades de
de um labirinto. Um labirinto
no qual, você é meu ratinho
e daí não pode fugir.

Como eu gosto, Pequenino, dos teus
sorrisos. Cada dente, um ódio.
É uma pena, Pequenino, fechá-lo-ei.

Desculpa não é máquina do tempo,
tão pouco garantia do futuro.

sábado, 11 de setembro de 2010

Mas você disse.


Você se lembra de quando saímos
a andar pela praia?
E diante daquele pôr do sol
mil beijos deu-me à face?
Teu claro rosto brilhava junto d'ele,
porém ainda pude ver o teu olhar.
Verdes como água do mar,
inesquecíveis, inconfundíveis.

E após alguns instantes de prazeres,
pegou-me pela mão, e como criança,
corremos praia à fora.
Roupas sujas de areia, pés descalços.
Num forte abraço tirou-me o folêgo,
deu-me paixão.

Que saudade, que saudade,
de você na minha cama.
eu nu e você ainda de pijama.

E no playground nos amamos,
fazendo risos às câmeras,
e você nunca se importou,
pois você disse que me amou.
Ainda lembro, mil e uma cartas
à minha mesa, e você sempre
insatisfeita.

Mas,
Nunca será a mesma coisa,
nunca será a mesma pessoa,
nunca será, você de volta.

Eu disse que nada dura,
mas você, você disse que seria
para sempre.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

15 min.


Não mãe, agora não...
pois agora, sou herói!

Veja mamãe, o mundo
aqui é lindo. Sou alto,
forte e bonito.
Consegue voar comigo? Não
tenha medo, eu seguro a sua mão.
Sei que este gesto passa segurança
pois assim faz você comigo
lá.

Viu? Não é difícil.
Aquela é a nossa casa, mamãe.
Viu como arrumei meu quarto?
Aprendi com a senhora.

Veja, papai ainda não saiu
para trabalhar. Avise-o que
não precisa mais, mamãe,
pois agora eu sou herói!

Olha, mamãe, é a minha escolinha.
Lembro-me de quando ali estava
e você viera me buscar.
Mas agora mamãe, não precisa mais
pois eu sou herói!

Veja mamãe, aquele é o parque.
A senhora lembra? Minha
irmãzinha ainda está a brincar!
Mas não se preocupe mamãe,
ela não está só, pois agora,
sou herói.

Mamãe, não chore, nem
tente me acordar, pois sonhar
é bom, e agora, eu sonho
eternamente.

Não mamãe, não chore.
Pois de mim muito cuidou, e agora,
teu anjo sou.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Nunca Mais

Anjo, Anjo,
Por que fora embora?

Não há como negar,
antes fácil esconder
o amor que ainda sinto
por você.

Aquela que outrora
ensinou-me o 'sorriso',
hoje apresenta-me ao chamado
'coração partido'.

Oh' Anjo, se aflito estou,
minh'alma contigo ficou.

Devolva-me o sorriso, Anjo.
Não sabes quão triste estou
ou simplesmente não te
importas?

Devolva-me ao menos o
sentimento que permite, dos
meus sonhos, o controle.

Se me tens como lembranças,
peço, por favor, me esqueças pois
hoje eu quero dormir.

Sinto sua perda e
me arrependo por seus atos.
Infelizmente, em ti, parece que
nada restou.

Sinto falta de alguém
que nunca tive;
Sinto saudade de alguém
que aqui nunca esteve.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Irreversível

Se soubesse o quanto gosto
de ver estes teus grandes olhos
afogados em lágrimas que longe
de mim caem,
jamais me olharia.
Se soubesse o quão doce e
prazeroso é ouvir sobre suas
angústias e decepções,
se esconderia.
Fuja garota, corra,
e não me deixe chegar
pois tornar-se-á meu vício
e serei teu precipício.
Para que tanto medo?
Apenas sou teu profundo desejo.
Sabe que irá sofrer,
mas resistir é inútil.
Eu vou te alcançar
e vou te destroçar.
Teus braços fracos e
pernas cansadas
não suportarão a minha vontade
de brincar com você.
Não adianta correr
maldita menina, você há
de me temer
pois tudo o que quero
é te fazer sofrer.
Ah, se soubesse,
minha boneca,
que meu amor não passa
de uma brincadeira,
ainda me amaria.

domingo, 1 de agosto de 2010

Homenagem ao meu avô


Ás vezes o tempo nos falta...
e só nos damos conta quando não há mais saida.
Quando a Vida nos alcança, a realidade sopra em nossos ouvidos
uma leve brisa que se chama Morte.
Só então percebemos que tempo, não nos resta mais.
Angústias e decepções nos passam a mente, como um filme em câmera lenta.
Vemos cada detalhe e percebemos nossos erros, sem tempo para voltar atrás...
As pessoas vem e vão, podem até nos avisar quando chegar,
mas nunca quando sair.
Talvez seja tarde vô, para dizer-lhe algumas palavras..
mas se Deus ainda me deu esta chance, não custa tentar, afinal,
talvez seja a última.
Vô, se dizem que amor é dificil entender, é porque não sentiram a saudade...
quem já sentiu sabe, que amor, não é simples paixão...
no amor, as pessoas fazem falta vô.
e eu posso dizer sem medo, que você me fará falta um dia.
Me dói o coração, quando olho para trás e lembro de pequenas coisas que aprontei em sua casa..
nunca me chamou atenção e acho que abusei um pouco disso.
mas o senhor nunca ligou, eu era apenas uma criança...
mas agora não sou mais e lhe digo, se eu não fosse tão inocente em pensar
que as pessoas nunca se vão, hoje eu não choraria cada tempo que perdi longe de ti,
talvez por isso as lágrimas são inacabáveis.
Infelizmente não há como voltar atrás, se não consertarmos agora,
depois, pode ser tarde demais.
Peço desculpas, talvez não fui o melhor dos netos, mas no tempo que nos resta
ainda hei de te dar o orgulho que me pediu um dia,
tenha a certeza vô, que seu telefone irá tocar e serei eu, dizendo o que você me pediu para ouvir.
Vô, tenho certeza, Deus há de nos dar um último tempo juntos
e eu não vou cometer o mesmo erro novamente.
Eu te amo.

sábado, 10 de julho de 2010

Faz Frio


Vejo medo em seus olhos,
Eis que faço você chorar,
Tuas lágrimas alimentam minha sede,
Me desculpe se não sou capaz de amar.

Acomoda-te à mim, deixe-me ser teu homem,
Fazer-te-ei a mais feliz,
Acomoda-te bem, pois quanto mais amar,
Maior será teu pranto.

Seus olhos vermelhos choram o sangue
Das feridas que criei e mesmo cicatrizei.
Seu coração corroido em ódio e raiva
Alegra-me em gritos desesperados.
Lambo tua face diluida em lágrimas,
Sinto gosto de prazer.

O veneno em meus lábios
Seca-te o sangue.
Você depende de mim
E serei eu o teu fim.
O prazer em vê-la chorar me dá forças a continuar.

Desculpe se meu coração é frio,
Mas foi assim que encontrei teu sangue.
Pobre alma, doce menina,
Seus dedos trêmulos mostram insegurança.
Pegue minha mão, eu a ajudo cair.
Não vejo problemas em ver seu corpo
Estraçalhado ao fundo do poço.

Prazer único, em um filme
regravado.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Erro


A noite está linda.
O céu em um tom antes nunca visto, em um azul anil que quase esconde a lua-de-trevas;
As estrelas tentam brilhar diante do brilho daquela lua negra;
E nenhum som se faz presente.
Ouço pois um leve gemido que arrepiou-me a pele;
Um som manso e inocente de uma menina que sabe o que faz.
Sua sedução e leveza seria capaz de possuir qualquer homem;
Seu companheiro está satisfeito e sua fala domina a menina.
Por instantes ouço a música que acompanha seus orgasmos,
mas logo é interrompida pela ousadia do casal.
A orgia encanta-me os olhos e deliciam meus ouvidos,
Mas uma mancha vermelha corta o céus que agora sangra cada estrela.
A noite era perfeita para o encontro;
Dois demônios se amam sem saber;
O desejo não os deixa pensar e os demônios vão ganhando forma.
Grandes pares de asas tampam a janela e gritos angelicais ferem meus ouvidos;
A lua cobriu todo o céu com seu brilho sem luz;
E os gritos dos anjos calaram-se com o choro do menino que estava para nascer.

O fim de seus pais é o brilho do seu amanhecer.
Duas luxúrias não deveriam se encontrar.
O medo bloqueia meus pensamentos...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Passado


Uma cadeira baixa, de madeira, dura e desconfortável,
próxima à janela e eu ali estou sentado.
Lá embaixo vejo um grande terreno vazio e com muito mato;
Ao fundo da paisagem, um imenso muro de concreto formado por incontáveis prédios;
No terreno, crianças correm, brincam, se machucam, se sujam;
Juntos estão rindo de seus desastres, compartilham seus sonhos e vivem aquilo que chamamos: Infância.
Mas o vento frio que me toca a face,
Seca-me os lábios cobertos por pêlos que não me enganam a idade;
Suja-me os olhos com a imunda poeira das construções;
E tampa-me o nariz com seu desprezável cheiro de poluição.
Então logo já não posso degustar de suas risadas,
Nem mesmo sentir o aroma da, ainda verde, paisagem.
Tão pouco posso ver o mundo com olhos de criança.
Mas acordo feliz por sonhar com a felicidade que, talvez, nunca tive.
A felicidade que, talvez, nem mais exista.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O monstro


Talvez o amor seja um ódio extremo;
Talvez o amor é uma loucura incontrolável;
Talvez o amor nem mesmo existe...

Se amar fosse bom, ninguém morreria por amor;
Se amar fosse bom, não haveria suicídio em prol;
Se amar fosse bom, eu não teria medo.
Que sentimento estranho esse, muitos o temem, mas todos o desejam,
Que sentimento estranho esse, nos faz chorar, nos desperta ódio, inveja, dizem que é bom...

Não sei... e se for apenas ilusão?
Se fosse real, ninguém chorava, ninguém sofria.
Como podem dizer ser perfeito aquilo que ninguém conhece, ninguém entende, quem sabe nem sintam.
Coisas boas deveriam gerar coisas boas... então por que o amor mata? será que é algo ruin?

Sinceramente, eu não gostaria de cair nas garras deste monstro de ilusões... de novo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Contratempo


O ódio de um coração mole
é capaz de despertar a pior das iras
A raiva, porém, corrói sempre o dono próprio
Não deixe que o coração se exploda, então
A amargura presente em seu interior
seria capaz de desfazer os mais intensos amores

O abuso do ser inocente
pode transformá-lo no pior dos monstros
Este, porém, mata sempre o próprio dono
Não desperte o monstro, então
A desgraça em si,
deixaria o mais nobre homem, no chão.

O pior demônio é aquele que um dia foi anjo...
... eu já tive asas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Confuso


A mulher é a porta do inferno,

mas pode ser a única a te levar ao paraíso...

O problema é quando se chega ao labirinto,

sua única companhia, a única que sabe a saída,

hesita em dizer-lhe que no final, o paraíso tem fim.

Repletas de beleza, são como anjos...

trairas, acabam com sua própria raça...

Ignorantes, bem mais espertas que nós.

Mulheres, anjos possuídos...


... Perfeição.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sem Você


Quero apenas dizer, que te amo muito, não consigo viver sem você, meu mundo não é nada além de terra, meu mar não é nada além de água, meu céu não é nada além de azul, as rosas em meu jardim são escuras e o lençol de minha cama sem teu perfume é apenas pano, meu dia é contagem regressiva para a morte, meu trabalho é sem objetivo e todo dinheiro que ganho gasto em bebidas, que sem você, não fazem nem efeito, a felicidade que tu me causara, hoje percebo, é insubstituível.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Solidão

Eu vejo as pessoas ao meu redor;
mas estas não podem me ver
Eu ouço vozes ao meu redor;
mas ninguém pode me ouvir

Refugio-me em meus pensamentos;
me perco no ódio;
o dia inesperado é minha morte
A frieza se faz presente no ápice da alegria
Me entrego, então, ao coração que não bate mais
Amo, pois, os seios fartos não-carnais

No meu olhar já não se encontra amor;
não se encontra certeza
Temo meus atos, como quem divide o corpo carnal com outro alguém,
E me odeio, assim como sou capaz de amar ninguém

A cada dia que passa me afasto dos meus próximos
Eu não me importo, não gostaria de machucá-los
A cada dia que passa sei que estou mais frio;
e como meu sangue,
meus sentimentos vão deixando de existir...

... se é que um dia existiram.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lembranças

"Toda noite, quando me deito, um anjo vem me tocar."
Tuas asas brancas como a pura neve, cada pena em conjunto com as outras faz-se perfeita.
Este rosto angelical, uma mulher mais do que linda.
Teu olhar me congela, teu corpo me conduz.

Vem anjo, vem e me envolve em teus braços, me abrace em tuas asas.
Tu me aqueces, oh anjo, me aqueces nas noites frias.
Tu me amas, oh anjo, me amas como nenhuma outra fará igual.
Tu és, oh anjo, mulher de corpo esbelto. Estais sempre nua, como quem não pudesse perder tempo.
Tu me cansas, oh anjo, numa noite de núpcias inarravel.
Tu me matas, oh anjo, me matas a cada noite de amor em que me leva o plasma vital.

Eu morro, oh anjo, morro para teu encontro.
Eu me arrependo, oh anjo, de não poder lembrar-me de ti ao amanhecer.
Eu te amo, oh anjo, por me matar assim.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Abstinência


É como uma droga...
Começamos pela felicidade e terminamos pela dor.
Chega e afeta minha mente, domina meu corpo e toma para ti meu ser. Me vicia, me deseja e me deixa a desejar.
Esse vício torna-se intenso à medida que não sabemos nos controlar... ou não queremos.
Acho que estou começando a entrar em crise. Já não sei onde encontrá-la, ou substituí-la, apenas sei que estou no limite.
Os reflexos desta doença, desta dependência estão cada vez mais fortes e meu corpo domina minha mente. Meus olhos mostram saídas de portas trancadas e ilusões carnais. Vejo-a em cada olhar, sinto-a em cada tocar. É como uma perseguição da qual eu não tento fugir, corro em direção à ti mas nunca alcanço. São reflexos de uma doença incurável, ou inevitável, já não sei o que é, mas não procuro saber.
Essa doença indecifrável fez em mim uma morada, cercou-me de muros e me sinto preso desde então. Acorrentado em meus próprios sentimentos, prisioneiro de minha própria alma. Sei que esta, derrama rios de sangue forçando correntes inexistentes.
São insuportáveis as dores que sinto ao querer-te novamente. Sonho ou não, nós vivemos um momento do qual jamais esquecerei.
Ainda percorre em minhas veias aquele pouco que de ti injetei e a cada batida que faz meu coração, lá está presente, você.
Ouso dizer que diferente da droga, você não tem cura. Diferente da droga, não há desintoxicação.
Diferente da droga, você não tem volta,
amor.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Feliz 25 de Dezembro


Natal, tempo de paz, felicidade, prosperidade, amores e alegrias.
Ironia, falsidade ou mentira.? Fica difícil saber.
Ainda me lembro de quando menino, na rua de minha avó, todas as casas abriam seus portões para compartilhar de sentimentos, emoções, e alegrias, muitas vezes escondidas atrás do capitalismo anual. Ainda me lembro de quando menino, ali sentado na varanda, eu via rostos felizes, diferentes famílias eram uma só. Ainda me lembro que quando menino eu sonhava e não acreditava no que o mundo poderia ser.
Os anos passavam e o Natal também. Unidos na casa do parente mais velho, as casas da rua da vovó não mais abriam os portões. As famílias não mais se uniam e tudo o que me perguntam é o que eu ganhei de Natal.
Cadê o sentimento? Cadê a alegria? Só vejo presentes e enfeites. São tristezas escondidas atrás de luzes e álcool. Tristezas estampadas na cara num leve sorriso ironico. Mas é lógico que estão felizes, ganhamos presentes né?
Eu só queria entender por que essa união se fecha em um apartamento. Queria saber por que não é como antes. Queria compreender como somos capazes de desperdiçar tanta comida, dar tantos presentes e não estender a mão para aquele que nos pediu um pedaço de pão quando fomos à padaria comprar do melhor e mais caro, temos a cara de pau de dizer-lhe que não sobrou ou pagamos no cartão. Queria saber quem é esse Papai Noel, o bom velinho, que só frequenta a casa dos mais ricos. O que responde aquelas mães que nada tem quando seus filhos perguntam, num ar de inocente, se o Papai Noel virá. Sinceramente, acho que a figura do Tio Sam faria melhor papel.
O que mais dói é saber que a desculpa para toda essa hipocrisia é o nascimento do Senhor. Uma data inventada para se comemorar algo tão grande. É engraçado este "aniversário" onde nós é quem ganhamos presentes e o aniversariante só é lembrado, quando lembrado, antes da ceia. Não faço questão de enfeites e presentes, eu só quero uma alegria verdadeira.
Hoje, como sempre, a família está reunida na casa do mais velho, trocando presentes, bebendo e rindo atoa. Eu, me encontro só, no meu quarto, pois eu não aguentaria olhar a falsidade presente na família que só lembra de festejar. O Natal, é apenas uma data.

25/12/2009 - eu perdi as esperanças no Natal.

Feliz 25 de Dezembro.

Você


Já não sei se posso responder por meus atos, mas acho que não.

Não confio em meus sentimentos, pois estes, me enganam.

Sinto-me confuso, mas tenho medo de arriscar pelo sim ou pelo não.

Trocar o certo pelo incerto, despertou em mim curiosidade tamanha que me vejo, talvez, amando.

Quando em teus olhos olhei, vi um diferencial. Despertei um desejo, proibido, o qual eu tento segurar.

Esse proibido traz consigo uma sensação boa, um medo, um sorriso.

Não garanto me segurar ao te ver novamente, sei que é errado, porém mais errado seria fugir de mim mesmo.

Sinto vontade de contigo estar, diante do mar,

Proximo do teu rosto, o meu. Perto da tua boca, a minha.

Tão próximos que uma leve brisa nos levaria ao dito cujo, proibido.

Não me importo. Comparo então teus olhos ao mar;

Mansos, serenos, pertubadores, mentirosos. Me atraem e não consigo nadar.

Me salvo em tua boca, rosada e macia. Num beijo doce me perco em pensamentos, longe da realidade eu faço do mundo, perfeito.

Escapismo causado pela tentação que você me fez.

Não está certo, em algo errei. Não me importo. Sinto o beijo se afastar.

Medo. Quero mais. Antes mesmo que eu pudesse pedir, sinto algo suave pelo meu rosto passar.

Sua mão, delicada, leve. Pelo meu rosto me percorre corpo a fora.

Um leve arrepio. Uma mordida, um arranhão, me excito. Teus dentes tocam meu pescoço. Não faça isso.

Outro beijo. Agora são minhas as mãos que percorrem teu corpo.

Pouco a pouco, cada curva. Sinto seu arrepio. Estamos indo longe demais. Porém teu beijo não me deixa pensar.

Deixa rolar. Vamos embora. Ninguém em casa, deixe-me valorizar a mulher que és.

Te respeito, te excito. Estamos sós.

Abrem a porta, estou dormindo. Percebo, então, que era apenas um sonho. Ou você é minha ilusão?

Não sei. Não me importa. Te quero fora de sonhos,

Te quero, amor impossivel.

Carta tosca sem final


E de vermelho eu escrevo aquilo que em mil cores eu representaria uma palavra.

Me guardo a este momento para com clareza te dizer coisas belas em frases ensanguentadas.

Você diz que fui a pior coisa em sua vida, que gostaria de não ter me conhecido.

Em resposta vos digo: você foi a melhor, real e única pessoa a qual eu realmente amei.

Sinto e peço-lhe desculpas se não fui aquilo que você esperava que eu fosse.

Tentei dar de mim, o melhor, não consegui. Mas se pudesse, eu voltaria e faria tudo exatamente igual. Porém, aproveitaria mais, e mais intensamente cada momento, cada abraço, cada beijo, cada aperto de mão, cada olhar. Guardaria em mim, assim como guardo, cada palavra por você profanada.

Um anjo que do céu caiu, em forma humana, com luz artificial, me atraiu ao acaso, sem noção de tempo e espaço, por você deixei-me guiar.

Penso, mas por mim já não vivo mais. Por ti, e somente por ti me apaixonei. Carrego comigo marcas e cicatrizes das quais não quero me livrar. Momentos que contigo passei, mais do que em fotos, guardarei comigo, no coração.

Creio que não consegui dizer-lhe o que eu queria.

Perder você me tira o raciocínio, a concentração...

Que


Quem se dedica sofre em dobro, o medo une, a paixão machuca, o coração destrói.

O amor existe se você acreditar e você sofre ao se apaixonar, ao tempo que: quem muito ama, odeia e quem muito odeia, ama.

O erro está fora do ser humano pois este foi feito à imagem e semelhança Dele, porém a contradição da vida grita e o homem é errado dentro de suas próprias verdades, verdades estas que abalam.

Viver no ócio é ruin mas de que adianta trabalhar sem fins? Se você acha que estas palavras são de difícil compreensão, procure entender seu coração.

Já pensou que gostamos do imperfeito? Afinal, nada e ninguém é perfeito, de areia à estrelas, o diferente é curioso. Nada é bonito, nada é feio, nada é igual. A busca pelo diferente nos faz crescer, as curiosas perguntas nos fazem pensar, movem o mundo e nos destroem.
Andando, vivendo, aprendendo sem saber se está certo. Paz se conquista com guerra e guerra se inicia com paz.
E o homem, hoje, está perto de cair num poço chamado: Ousadia.
Sinceramente, não sei por que escrevi isso, mas para alguém foi útil e se eu fiz uma pessoa pensar, minha parte está feita.

Que vergonha


Que vergonha,
Quase 10 e me deixo levar

Que vergonha
Foi impossível deixar de me apaixonar

Seus olhos me lembram o mar, menina
E feito criança me deixo enganar
Me lanço de peito aberto achando que sei nadar, mas acho que to começando a me afogar
Ó menina que me encanta
Posso ver teus olhos, lindos como o céu sem nuvens
Será que você me dá uma chance?
Posso sentir teu perfume
Posso sentir o teu corpo colado ao meu
Tua mão percorre meu corpo à medida que a minha percorre o teu
Essa sincronia quase perfeita só deixa a desejar uma coisa...
O quê?
Eu não posso?
Deixa disso...
Teus lábios, tão rosados, tão macios, que arrepio!
Agora, mais perto, vejo que teus olhos realmente me dominam
Que medo é esse que me põe louco?
Que estranha sensação é essa que me faz delirar sempre ao pensar em você?
Você me deixa louco, criança
Você me confunde
Você desperta um sentimento proibido
Você...

Que vergonha.

Born.

Gostaria de deixar claro nesta primeira postagem que o blog Postremum foi criado sem intenção alguma. Eu o criei à pedidos de amigos que leram textos produzidos por mim.
Escrevo apenas quando me dá vontade, por isso, escrevo pouco. Mas este pouco, compartilharei com vocês.

Espero que gostem.

João Pedro Rodriges Alves