segunda-feira, 21 de julho de 2014

mortem sibi



Andando entre pedras e cigarros;
Caminhando atento, procurando uma
única pedra solta que justifique meu suicídio.
Vagando distraído de tudo que outrora
me encheram os olhos.
A mente fechada, reservada apenas e
somente para você.
Por onde anda a graça de seu olhar,
se não está diante do meu?
De que vale agora meus a brilhar,
se longe não iluminam os seus?
De lábios mudos declaro versos leves,
clamando a quatro ventos que acoem até você.
Vem, de encontro a mim, vem me fazer
daquele jeito: feliz.
Vem, não demora que é chegada minha hora;
Uma buzina, um farol, uma pedra solta no chão.

absentis




Eis que parto e deixo, no tempo do acaso, meu breve "adeus".
Assim, comover-se-á seu coração no tempo que não pude escolher para ti.
No tempo entre a saudade e a presença,
para que veja: eu fui, mas ainda estou aqui.
No tempo certo em que seus olhos não me vejam mais,
mas o olhar não me deixa jamais.
Eu vou, mas deixo para trás as boas lembranças,
sem um abraço que te faça lembrar que não estou mais aqui.
Eu vou, mas deixo um amor, para que eu volte
e o tenha ainda da pessoa certa.
Eu vou sem olhar para trás, pois o nosso futuro está à frente.
Eu vou sem ter dito a hora, vou-me agora,
sem tempo para o coração sofrer.
Vou-me agora, vou-me agora,
mas não se esqueça que serei sempre seu.

domingo, 20 de julho de 2014

incerti



De tantos amores que tive,
Tantos quantos perdi.
Tantos descuidos,
Tanta apatia.
Tanto ciúmes,
Tanta briga.
Incerteza.
Tanta frieza, indelicadeza.
Tanto orgulho, fez-me pedra.
Tanto choro, fez-me areia.
Tão sólida, fi-nos castelo.
Tão leve, para que a mais mansa brisa
me levasse de volta a você.
Farelos de um amor que só você pode
recompor.

chillen


Por onde vai a poesia?
Escondeu-se, misturou-se na fumaça
que me mata;
Que inalo e digo que relaxa a alma.
Misturou-se no vento que entrou e se molhou
E levou consigo toda essa droga 
que manchou a poesia.
Enquanto isso eu fico aqui
Sentado, parado;
Esperando que o mesmo vento volte,
Que volte limpo,
Mas que volte limpo de palavras;
Que as tenha levado para longe,
Longe onde só você pode ler.
Longe de mim, que ficou aqui afogado
Em palavras frias,
Que a água não esquentou
E o vento, por sorte, não levou.

spem



Que morra o Amor em mim.
Que se faça cinza fria
E seja molhada com toda ignorância.
Diga ao Solo que prepare;
Que prepare a terra amarga,
Para que das cinzas não nasça
Esperança
E não seja iludida outra criança;
Diga ao Vento que se cale.
Se o Solo não segurar,
Que o Vento pare de dançar.
No seu ritmo toda planta dança
E lá se foi a Esperança.
Antes fosse para longe,
Antes fosse para não voltar.
Mas o Amor, seu companheiro
Sozinho, tão ligeiro
Juntos, um desespero.
Então diga, diga para todos ouvirem
Diga ao Amor que se vá,
Mas vá de mansinho.
Que queime de fininho
A Esperança que brotou em mim.

sublimius

Oh' que belos olhos acompanham

Tão Sublime sorriso - e que não
Seja Dinâmico, Kant! -
Que seja, pois, a essência
Da beleza exalando de seus cachos raros,
Seus cachos cheios de cabelo,
De volume, de amor!
Desejo e paixão cantam o
Seu solado sobre o piso encerado;
Medo e aflição são as
Batidas do meu coração.
Ah' ansiedade isolada, depressa
Encontrada, em mente alojada!
Eu deixo o tempo trazer você para mim;
Deixo a sorte agora jogar por mim.
Assim vou sentado vendo o tempo passar,
Que alegria, eu pude a sorte culpar!